sábado, 23 de maio de 2009

V.I.P.

Quando estamos em casa, em nosso país, muitas vezes nos sentimos V.I.P. e mal dos damos conta disso até passarmos a ser imigrantes. Como eu já vivi durante cinco anos com esse rótulo, algumas vezes me lembro de como era essa sensação.

Aqui no Brasil, temos nossa família, amigos e amigos dos amigos – o tal network. Com isso, de vez em quando conseguimos algumas vantagens como ingressos para assistir um show no camarote, ingressos para a estréia de uma peça de teatro, um tratamento diferenciado no restaurante do amigo do amigo, lugares melhores no avião, indicação para uma oportunidade de trabalho... Enfim acredito que todos já tiveram alguma situação em que se beneficiaram de um tratamento V.I.P. pelo simples fato de “conhecer alguém” ou talvez até de “ser alguém”. Isso acontece porque nossa cultura é assim, as pessoas têm tratamentos diferenciados dependendo de uma série de fatores, tanto bons quanto ruins.

Me lembro do tempo em que eu morava nos EUA... Eu sentia muito a falta desses privilégios (embora isso soe um tanto burguês, não tem como negar). Lá eu me sentia literalmente mais um, um número na multidão. Por mais politicamente correto que isso seja, todo mundo gosta de ser V.I.P. em algum momento, nem que seja por questões de “sobrevivência”, como o fato de ser indicado por um amigo para um processo seletivo que não está sendo divulgado.

Pensando nisso bate uma insegurança de sair da nossa terra e ir para outra que ninguém te convidou e começar tudo do zero, literalmente sozinhos.

De onde será que nós, que temos a vontade de imigrar para outro país, tiramos essa coragem?

Um comentário:

Chocólatra disse...

Pra compensar o como nos sentimos VIPs aqui, tem o lado que somos humilhados e tratados como um cachorro. Por isso buscamos um lugar que no mínimo nos tratem como gente pq viver aqui é sobreviver!
bjkas